… e como o Quilling pode ser seu aliado

16 de outubro de 2025, Por Cassia Dias Costa
Vivemos dias acelerados, com sobrecarga de trabalho, excesso de informações, inúmeros afazeres e uma corrida constante contra o tempo para dar conta de tudo. Muitas vezes internalizamos essa velocidade como se fosse nossa forma natural de existir em todas as áreas da vida. Um mundo cada vez mais rápido, onde a urgência é supervalorizada, a rapidez almejada e a paciência esquecida.
Nesse contexto, é evidente que o estilo de vida atual estimula um ciclo vicioso de estresse e agitação, contribuindo para quadros de ansiedade. Fomos condicionados a esse ritmo — comunicação instantânea, expectativas elevadas, interrupções constantes — mas pouco aprendemos a fazer o caminho de volta.
Sob essa perspectiva, torna-se essencial buscar recursos que nos ajudem a criar novos hábitos e estilos de vida mais saudáveis, e práticas que estimulem a calma, desenvolvam a paciência e favoreçam a autorregulação emocional.
Em primeira análise, telefone, redes sociais, notificações, múltiplas abas abertas no computador, muitos estímulos sonoros, visuais e intelectuais… tudo isso exige que o cérebro salte de uma tarefa para outra, impedindo foco e descanso mental. A atenção fragmentada gera tensão, dificuldade para relaxar, problemas de memória, sono prejudicado e pensamento acelerado.
Além disso, é notório que com o excesso de entretenimento (Netiflix, Amazon Prime, Jogos, Spotfy, YouTube e etc), e a falta de disciplina ou rotina clara, desperdiçamos energia, perdemos produtividade e criamos mais ansiedade pelo tempo que parece escapar constantemente. A sensação de “ter sempre algo para acabar” se torna uma pressão. Não é à toa que as pessoas se queixam de procrastinação, e de ansiedade, formando um círculo vicioso infinito.
Nesse ritmo de estilo de vida moderno, esperar, tolerar atrasos ou falhas, lidar com frustrações pequenas — tudo isso é visto como perda de tempo e contribui para que habilidades essenciais como a paciência, a tolerância e a presença sejam subestimadas e rechaçadas. Mas são exatamente essas habilidades que nos mantêm centrados, focados, menos reativos e mais resilientes.
Nesse sentido, é importante entender o que a ciência tem falado sobre o artesanato, arte e atividades manuais como ferramentas, e recursos, no auxílio ao combate à ansiedade, no desenvolvimento e exercício da paciência e tolerância.
Um estudo recente (The effects of crafts-based interventions on mental health and well-being: systematic review, 2025) examinou 19 pesquisas que usaram artesanatos como mediação terapêutica — como cerâmica, costura, trabalhos em madeira, papercraft, entre outros. Os resultados indicaram que os participantes relataram melhorias de curto prazo nos resultados medidos, que incluem: redução de ansiedade, estresse e depressão; e melhoria do interesse pela vida, autoeficácia, habilidades sociais, sociabilidade, humor, bem-estar, autoestima, satisfação com a vida. (Pubmed, 2025)
Atividades de desenho, pintura e outras expressões artísticas ajudam no que se chama distress tolerance (tolerância ao estresse ou desconforto emocional) — a capacidade de suportar sentimentos fortes sem reagir impulsivamente. Um estudo com estudantes universitários mostrou que a prática de desenho está ligada ao aumento da resiliência psicológica e da autorregulação emocional. (Frontiers, 2025)
Há estudos de intervenção com arte cerâmica, desenho, etc., mostrando que a prática artística reduz níveis de ansiedade, e promove elevação de humor. Por exemplo, um estudo com estudantes universitários num curso de cerâmica mostrou que a criação artística reduziu significativamente ansiedade medida por escalas padronizadas. Também, arteterapia em hospitais demostrou que pintura ou expressão artística ajudam a baixar a percepção de dor, melhorar o humor e contribui para relaxamento. (Havard, 2018)
O estilo de vida moderno nos empurra para a pressa, para o “já”, para o imediato. Ansiedade, estresse e exaustão emocional se tornam companheiros constantes. Mas há caminhos que nos convidam para a pausa, para a presença, para recuperar habilidades fundamentais como paciência, tolerância, equilíbrio.
As práticas artesanais — de acordo com pesquisas recentes — são mais do que hobbies: são intervenções que promovem bem-estar, diminuem ansiedade, desenvolvem tolerância emocional, fortalecem a paciência.
Se você sente que seu ritmo está te consumindo, que ansiedade ou estresse têm dominado seus dias, saiba que é possível parar, respirar, criar e reconectar-se.
Dessa forma, é válido destacar a arte do Quilling Paper como prática manual que corrobora, e muito, neste contexto de ferramentas e recursos para desacelerar a mente. Para quem ainda não sabe o que é essa prática artesanal, Quilling é a arte de enrolar tiras estreitas de papel e modelá-las em formas decorativas — círculos, espirais, folhas, flores, etc. A combinação dessas peças forma composições visuais delicadas, detalhadas, que requerem atenção, ritmo e repetição.
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Essa arte, além de ser belíssima, funciona para auxiliar em processos leves e moderados de ansiedade, bem como estimula e exercita a paciência e a tolerância, habilidades escassas nos dias atuais.
Por que o Quilling funciona para ansiedade, paciência e tolerância:
- Repetição e atenção ao detalhe: ao enrolar cada tirinha, posicioná-la, ajustá-la, você está forçando o corpo e a mente a desacelerar. Essa repetição acalma o sistema nervoso, favorece estados semelhantes ao de meditação;
- Tempo presente e foco concentrado: Quilling exige observação—qual cor do papel devo usar? Como cortar a tirinha, como enrolá-la, como ajustar o espaço entre uma espiral e outra. Essa atenção ao presente, ajuda a interromper os pensamentos acelerados.
- Gestão de frustração suave: nem sempre tudo sai perfeito no Quilling: uma curva pode ficar torta, uma peça pode desmanchar. Mas justamente nessa imperfeição está a oportunidade de praticar tolerância, aceitação, correção atenciosa.
- Sensação de conquista e progresso visível: ver uma composição se formando, peça por peça, dá um senso de realização. Isso ajuda com autoestima, motivação, paciência para continuar.
Se você ficou curioso para experimentar e praticar o Quilling— se deseja transformar sua ansiedade em arte, sua urgência em presença — tenho um convite pra você:
Deixe seu melhor e-mail, na seção do meu site, dedicada ao meu curso online de Quilling. Assim, você receberá a notificação do lançamento dos meus cursos e aprender passo a passo essa linda técnica e usar o Quilling como caminho de calma e autorregulação emocional.
Ah! E me siga no Instagram para acompanhar meu trabalho.
Um abraço!
Cassia Dias Costa
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Referências:
Bukhave, Elise Bromann; Creek, Jennifer; Linstad, Anne Kirketerp; Frandsen, Tove Faber – The effects of crafts-based interventions on mental health and well-being: A systematic review – fevereiro/2025 – https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/39956657/ – Acesso em 16/10/2025
Lyu, Ziwei; Ouyang, Shuangping; Zhang, Shuxin – Front. Psychol – How drawing practice enhances distress tolerance in university students: the mediating roles of psychological resilience and self-disclosure – 08/07/25 – Acesso em 16/10/25 https://www.frontiersin.org/journals/psychology/articles/10.3389/fpsyg.2025.1540900/full
Solan, Matthew – Havard Health Publishing – Havard Medical School – 12/07/2018 – Art therapy: Another way to help manage pain – https://www.health.harvard.edu/blog/art-therapy-another-way-to-help-manage-pain-2018071214243 – Acesso em 16/10/25